Transtornos mentais em adolescentes
- Identidade em Foco

- há 6 dias
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1.Conceitos de transtornos mentais
O que são transtornos mentais segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS):
Segundo a OMS, um transtorno mental (ou condição de saúde mental) é caracterizado por “uma perturbação clinicamente significativa nas funções cognitivas, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo”. Essas perturbações geralmente estão associadas a sofrimento ou prejuízo em áreas importantes do funcionamento.A OMS também define saúde mental como “um estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza as suas próprias capacidades, pode enfrentar as normais tensões da vida, trabalhar de forma produtiva e contribuir para a sua comunidade”.
Alguns tipos de transtornos mentais mais comuns:
• Depressão: Causa tristeza profunda, falta de energia, desânimo e perda de interesse por atividades que antes davam prazer. Em casos mais graves, pode causar pensamentos negativos e até ideias suicidas.
• Ansiedade: É um sentimento constante de preocupação ou medo, mesmo sem motivo aparente. Pode causar sintomas físicos como falta de ar, tremores, suor excessivo e coração acelerado.
• Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH):
Afeta a capacidade de concentração e o controle da impulsividade. A pessoa pode ter dificuldade para se manter focada, ser muito agitada ou agir sem pensar.
• Transtornos de Personalidade: São padrões de comportamento e pensamento rígidos e difíceis de mudar, que causam sofrimento e prejuízo nas relações sociais.
OBS:Esses são apenas alguns exemplos que mais vemos no cotidiano mas existem outros como; Transtorno de ansiedade generalizada (TAG), Transtorno de Pânico, Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtorno alimentares (como Anorexia e Bulimia), Transtorno de Bipolaridade etc..
Diferença entre tristeza passageira e transtorno mental diagnosticável:
•Tristeza passageira: é uma resposta emocional natural a situações de vida (perda, frustração, mudança), é transitória, e a pessoa em geral consegue continuar com suas atividades cotidianas.

• Transtorno mental: vai além da emoção transitória — os sintomas persistem, causam impacto no funcionamento (escola, amizade, família, lazer), e geralmente requerem avaliação e tratamento profissional.
Alguns pontos de diferenciação: duração maior, intensidade maior, interferência nas atividades diárias.
2. Causas e fatores de risco
Alterações hormonais e celebrais típicas da adolescência:
Na adolescência ocorrem intensas transformações biológicas como: alterações hormonais, desenvolvimento celebral (como da região pré-frontal), que podem aumentar a vulnerabilidade a transtornos mentais.
Fatores genéticos e biológicos:
Na genética Genética ocorre alterações neuroquímicas e vulnerabilidades biológicas aumentam o risco de desenvolver transtornos mentais. A OMS menciona que fatores individuais incluem genética, uso de substâncias, entre outros.
Influência de traumas:

Influência como o bullying, cobranças escolares e familiares (em relação escolar),traumas emocionais, ambientes escolares, pressões familiares (no cotidiano) são fatores de risco claros no desenvolvimento de transtornos mentais em adolescentes.
Impacto das redes sociais, falta de sono e estilo de vida sedentário:
Embora os estudos ainda evoluam, há indicações de que o uso excessivo de telas/redes sociais gera o sono insuficiente e sedentarismo que estão associados a pior saúde mental entre jovens.
3. Consequências e impactos
Efeitos na vida escolar e nas relações sociais:
Transtornos mentais podem prejudicar o desempenho escolar, concentração, memória, além de afetar as relações com colegas e professores.
Problemas de autoestima e isolamento social:
Jovens com transtornos mentais podem desenvolver baixa autoestima, sentimento de inadequação, evitar ambientes sociais, levando ao isolamento.
Riscos de automedicação e dependência de medicamentos:

Sem acompanhamento adequado, há o risco de automedicação (uso excessivo ou inadequado de remédios), dependência ou agravamento dos sintomas.
Casos mais graves: autolesão e pensamentos suicidas.
Em quadros mais severos, jovens podem apresentar autolesão, ideação suicida ou tentativas de suicídio. O que exige atenção urgente.

4. Diagnóstico e tratamento
Importância do acompanhamento médico e psicológico:
É fundamental que o jovem com suspeita de transtorno mental seja avaliado por profissionais competentes como psicólogos, psiquiatras, neurologistas conforme o caso para diagnóstico correto e início do tratamento.
Atuação da neurologia, psiquiatria e psicologia:
•Psiquiatria: diagnóstico de transtornos mentais, indicação de medicação se necessário.
• Psicologia: terapias, intervenção comportamental, apoio emocional.
• Neurologia: (em alguns casos): avaliação de comorbidades neurológicas ou alterações cerebrais.
Tratamentos mais utilizados:
• Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC):
É uma das abordagens mais eficazes da psicologia. A TCC ajuda a pessoa a identificar e modificar pensamentos e comportamentos negativos que influenciam suas emoções. O objetivo é desenvolver maneiras mais saudáveis de lidar com situações do dia a dia.
•Medicação:
Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser necessário para controlar sintomas como ansiedade, depressão ou alterações de humor. Os remédios devem sempre ser prescritos e acompanhados por um psiquiatra, que ajusta o tratamento conforme a resposta do paciente.
• Apoio Familiar e Escolar:
O suporte da família e da escola é essencial no processo de recuperação. A compreensão, o diálogo e o acolhimento ajudam a pessoa a se sentir mais segura e confiante. No ambiente escolar, professores e colegas podem colaborar oferecendo empatia e respeitando o ritmo de cada um.

5. O papel da escola e da família
Identificação de sinais de alerta:
família e escola devem estar atentos à mudança de comportamento, rendimento escolar, humor constante, isolamento ou queixas frequentes, pois esses aspectos podem indicar necessidade de ajuda.
Estratégias de acolhimento e escuta ativa:
criar ambientes em que jovens se sinta seguro para falar, sem julgamentos.pais e professores devem praticar a escuta ativa, perguntar, apoiar e encaminhar.
Promoção de ambiente saudáveis e sem julgamentos:
Na escola: formentar clima de respeito e sem julgamentos.
Na família: dialogar, apoiar, valorizar o jovem, não minimizar os sentimentos.

6. A importância do autocuidado e da conscientização:
Como práticas simples ajudam na prevenção:
• Ter sono adequado (ex: 8 horas ou mais para adolescentes)
• Alimentação saudável
• Prática regular de exercício físico
• Momentos de lazer, tempo longe das telas.
Essas práticas ajudam a fortalecer a saúde mental.
Quebrar o preconceito e normalizar o diálogo sobre saúde mental:
Falar abertamente sobre o tema reduz estigma, ajuda jovens a perceber que não estão sozinhos e que buscar ajuda é algo normal.

A importância da empatia e do apoio entre os jovens:
Amigos, colegas, irmãos ou primos podem ser rede de apoio, ser empático, ouvir, encorajar ajuda profissional se necessário. Ser escutado por outros jovens ajuda a se abrir mais e necessário para começar o processo de tratamento
7. Dados e estatísticas atuais
• No Brasil, um estudo escolar com 71.553 adolescentes de 12-17 anos encontrou prevalência de transtornos mentais comuns em 17,1% da amostra.
• Outra investigação com 74.589 adolescentes brasileiros revelou prevalência em torno de 30% de transtornos mentais entre estudantes.
• A OMS afirma que quase 1 em cada 7 pessoas (cerca de 14%) no mundo vive com um transtorno mental.
• Na região das Américas, os “anos vividos com incapacidade” (DALYs) devido a transtornos mentais combinaram mais de 20 milhões em 2019.
Esses dados mostram a magnitude do problema e a importância de atenção para saúde mental na adolescência.




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